viernes, 1 de diciembre de 2017

Smiljan Radic: o refugio da arquitetura contemporânea.

Smiljan Radic: o refugio da arquitetura contemporânea.
Jorge Villavisencio.

Pensamos neste breve texto que trata do arquiteto chileno Smiljan Radic, pode ter conotações e inspirações que podem ser uteis para os que investigamos a arquitetura contemporânea, mais ainda tratando-se da arquitetura sul-americana, onde temos muitas coisas em comum, como são aspectos sociais, econômicos e culturais. Claro, guardando sua identidade histórica cultural, mais o dinamismo que faz parte da vida contemporânea:

“A identidade e arquitetura não é um valor congelado no tempo, mas que constituí um dinamismo, onde o homem personalizado socialmente deve atuar como protagonista na configuração da identidade de sua comunidade. Na medida em que a identidade é coletiva e abrangente, é exige a sua vez uma harmonia de expressões diversas, numa manifestação pluralista”. (Gutierrez, 1998:110)

S.01 – A ampliação da casa do carvoeiro (1998-1999), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis (2013).

Smiljan Radic Clarke (1965-), arquiteto nascido na cidade de Santiago de Chile, formado em arquitetura pela Universidade Católica de Chile, realiza seus estudos de pós-graduação no Instituto Universitário de Arquitetura em Venécia, no ano de 1995 abre seu escritório de arquitetura em Santiago de Chile.

O trabalho de Radic é muito conhecido pelo projeto do Gallery Serpentine de 2014, mas neste texto veremos algumas de suas obras como é a Casa de Cobre 2, o Restaurante Mestizo, a Bodega de vinhos Vik, e da Casa Pite entre outras.

Mas consideramos que a arquitetura do Chile de maneira geral tem tomado mais impulso nestas ultimas décadas, uma espécie de reinvenção desta nova geração:

“Para Fernando Pérez Oyarzun, um dos fatos de ter progresso à arquitetura do Chile (é seus representantes arquitetos chilenos) foi levar a seus arquitetos a diferentes partes do mundo como China, Alemanha, Estados Unidos, Suíça, Argentina entre outros principalmente com trabalhos de Mathias Klotz, Smiljan Radic, Alejandro Aravena, José Cruz e Sebastian Irrázaval”.
(Villavisencio, 2016)

Alejandro Crispiani lembra: “E comum indicar da importância e consideração da paisagem natural onde tem uma importância na moderna arquitetura do Chile, de forma particular a mais recente. Tudo isto resulta compreensível dada à nova sensibilidade frente ao tema de desapego com toda a cultura arquitetônica no final do século XX...” (Marquez, 2013:36)

Mais sem duvida, vale a pena dizer que: “O paisagem e contexto urbano – Que na realidade a paisagem e força da natureza que são do Chile o mais de significativo que a oferta cultural que há constituído uma convicção relativamente difundida.” (Pérez, 2010:271, in Fernandez Galiano).

No projeto da Casa de Cobre 2 (2004-2005), encontra-se na cidade de Talca no Chile, num terreno de 5.000 m2., e tem uma área construída de 165 m2. Nesta obra de forma prismática irregular, penso que tem pontos importantes, primeiro que se assemelham a construções típicas do lugar, assim também a materialidade é um ponto forte no processo construtivo.

S.02 – Casa de Cobre 2 (2004-2005), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Guy Sinclaire.

“Sempre acho que as fachadas, ou melhor, dito, a pele que envolve a construção, deva entregar uma clara informação de suas vizinhanças. Talvez devam ser uma espécie de escudo frente aos olhares das vizinhanças”. (Marquez, 2013:90)

Poderíamos dizer que nesta obra se encontra permeada baixo a espacialidade da mesma materialidade, além uma espécie de resgate das formas simples das antigas casas da cidade de Talca. Também existe em lugares estratégicos da edificação uma permeabilidade espacial (horizontalmente) que esta relacionada à própria paisagem do lugar, assim de uma introspeção que valoriza o espaço interno com o vazio no meio da casa em forma vertical.

S.03 – Casa de Cobre 2 (2004-2005), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Guy Sinclaire.

O projeto do Restaurante Mestizo (2005-2007), está localizado em Santiago de Chile, com uma área construída de 652 m2., a obra tem a colaboração da escultora Marcela Correa.

S.04 – Restaurante Mestizo (2005-2007), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki e Gonzalo Puga.

“A primeira ideia do restaurante criamos a sensação de imaginários diferentes na arquitetura”.
(Marquez, 2013:160)

A arquitetura está regada de ideias e conceitos espaciais que podem estar ligados ao imaginário, talvez neste caso a forma construtiva e dos materiais empregados tem essa sensação, como as pedras que são levadas como suporte de seus pilares, e dos grandes vãos em suas vigas de concreto armado que entrega a esse conceito de industrialização.

S.05 – Restaurante Mestizo (2005-2007), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Susuki e Gonzalo Puga.

A proposta de criar um parque no lugar valoriza a espacialidade, porque a forma espacial está totalmente aberta à paisagem criada, e também a paisagem natural como são as montanhas que estão ao redor. Existe também uma permeabilidade espacial tanto como é na cobertura com transparência, além-claro a abertura de toda a edificação em todos seus contextos (lados) do espaço onde cria um vinculo do exterior ao interior ou vice-versa.

A obra da Adega de vinhos Vik (2008-2013), localizada em Milahue no Chile, tem um terreno de 4.400 hectares, sua construção é de 302 m2.

“Cada um dos âmbitos produtivos responde a essas variáveis, as quais muitas vezes e chamado – o mundo do vinho – que se presenta como se fora sem concilio, e levam a emascarar ou a esconder aos olhos do visitante, a escala real do processo industrial”. (Marquez, 2013:78)

S.06 – Maquete da Adega de Vinhos Vik (2008-2013), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia e Maquete de Hisao Susuki.

Como nos sabemos Chile tem demostrado a varias décadas que é um grande produtor de vinhos no mundo todo. A verdadeira vontade de todo um pais em permanecer como legitimo ante essas demanda. Pensamos que a valorização da arquitetura em este tipo de projetos valoriza ainda mais essa tese, de um panorama global de necessidades.

S.07 – Adega de Vinhos Vik (2008-2013), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia e Maquete de Hisao Susuki.

A ideia de fazer que o edifício seja semienterrado, penso que tem dois pontos importantes, a primeira de não figurar o edifício como elemento fundamental do processo produtivo da adega. O segundo está pensado como processo de climatização para preservação dos vinhos, como sabemos ao estarem enterradas as adegas o clima interno do espaço favorece.
A forma lineal que abre as cordilheiras refrigera ainda mais, e valoriza o fator climatológico do espaço interno da edificação.
Mas também, podemos pensar dentro da ideia do imaginário das antigas construções pré-hispânicas. Exemplo claro da obra do Museu no deserto de Atacama, Antofagasta (2009) de Coz, Polidura e Volante – arquitetos, ou do Museu de Pachacamac (2015) no distrito de Lurín na cidade de Lima dos arquitetos Patrícia Llosa e Rodolfo Cortegana.

A Casa Pite (2003-2005), situado em Papudo no Chile, tem um terreno de 15.000 m2., e uma área construída de 400 m2.

S.08 – Casa Pite (2003-2005), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Suzuki, Erieta Attali e Gonzalo Puga.

“A Casa se entende em diversas e claras situações de uma geografia que colaboram em caracterizar casa um dos ambientes interiores. A parte central flutua sobre o mar, os dormitórios dos hospedes são pequenas grutas sobre a paisagem, o volume das crianças encontra-se afastada na parte baixa do terreno ao lado do barulho permanente das ondas do mar”. (Marquez, 2013:124)

Não temos duvida que a topografia do lugar tenha colaborado muito com a espacialidade formal da edificação. A contemplação se da por inteiro na solução dos espaços criados, além que cria em seus terraços da cobertura espaços adequados para a convivência e contemplação do lugar.

S.09 – Casa Pite (2003-2005), arquiteto Smiljan Radic.
Fonte: El Croquis – Fotografia de Hisao Suzuki, Erieta Attali e Gonzalo Puga.

Queremos finalizar o texto e dizer: primeiro que existe um dinamismo que faz parte da vida contemporânea, segundo temos uma espécie de reinvenção desta nova geração, terceiro que a paisagem é força da natureza, quarto que no Chile existe uma verdadeira vontade de todo um pais em permanecer como legitimo ante essas demanda, e por ultimo que arquitetura está regada de ideias e conceitos espaciais que podem estar ligados ao imaginário.

Goiânia, 1 de dezembro de 2017.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



Bibliografia:

GUTIERREZ, Ramón; Arquitectura Latinoamericana em el siglo XX, Lunwerg Editores, Barcelona, 1998.

MARQUEZ, Cecilia Fernando; Revista El Croquis: Smiljan Radic 2003-2013, Numero 167, Croquis Editorial, Madrid, 2013.

FERNÁNDEZ-GALIANO, Luis (coordinador); Atlas del siglo XXI – América, Ed. Fundación BBVA, Bilbao, 2010.

VILLAVISENCIO, Jorge; Arquitetura contemporânea do Chile, Goiânia, 2016.
http://jvillavisencio.blogspot.com.br/2016/03/arquitetura-contemporanea-do-chile.html




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