jueves, 10 de noviembre de 2016

As teorias da arquitetura contemporânea dos brancos e dos cinzentos.

As teorias da arquitetura contemporânea dos brancos e dos cinzentos.
Jorge Villavisencio.

Neste ensaio faremos nosso aporte a o que se denomina as possíveis teorias da arquitetura contemporânea dos brancos e dos cinzentos. Com a chegada do século XXI, muitas pessoas arquitetos, filósofos, sociólogos, ambientalistas, etc., se têm preocupado do porque projetamos nossas cidades e seus edifícios desta forma, é claro, as teorias da arquitetura e do urbanismo tentam explicar sua produção.


Do passado ao presente.

No primeiro lugar com o termino da arquitetura moderna, e da chegada do pós-modernismo no final da década dos anos 60 e inicio dos 70, teve uma serie de ataques dos estilos que vinha aplicando no mundo todo. Mais esta nova forma de ser, se comenta seriam incapazes de explicar suas teorias, uma espécie de antimodernismo, penso para criar uma nova percepção de uma arquitetura que procure explicar uma serie de questões que poderiam ser relevantes para a arquitetura contemporânea.

C.001 – Edifício Portland (1980) Oregon – Michel Graves.
Fonte: Pinterest.

Tanto nos Estados Unidos e na Europa na época dos anos 70, as produções da arquitetura, não se tinha uma preocupação social. Mais bem uma preocupação em relação às outras condicionantes mais chegadas ao sentimento estético, da forma, e da tecnologia.


Os fundamentos.

Mais existia uma serie de arquitetos e escritórios de arquitetura que eram fies a arquitetura moderna, é claro entendemos que a arquitetura moderna teve uma ruptura com a tradição, um racionalismo mais condescendente a uma realidade com bases solidas, más com conceitos amplos, (para citar alguns: atitude racionalista, higiene, sonho de ordem, ar otimista, preocupação com espacialidade, bases matemáticas e da geometria e modulação, cuidados normativos, civilidade, entre outros), que forem se assentado através de vários séculos. Com a chegada do Iluminismo e principalmente com a Revolução Francesa nos finais do século XVIII (1789), a nossa maneira de ver abre um novo ambiente na arquitetura moderna, os novos pensamentos dos Congressos Internacionais da Arquitetura Moderna – CIAM, com pensamentos e acaloradas discussões e de seus legados dos grandes mestres da arquitetura moderna como Claude Nicolas Ledoux (1736-1806), Karl Friedrich Schinkel (1791-1841), Le Corbusier (1897-1965), Mies van der Rohe (1886-1969), Adolf Loos (1870-1933), Alvar Aalto (1898-1976), Theo van Doesburg (1883-1931), Louis Sullivan (1856-1924), Louis Kahn (1901-1974), Frank Lloyd Wright (1867-1959), entre outros importantes arquitetos que deixarem suas marcas indeléveis. As Escolas de Arquitetura como da Bauhaus de Walter Gropius (1883-1969), o pensamento utópico do barão Georges-Eugène Haussmann (1809-1891) e suas intervenções em Paris, entre outros abrirem precedente.

C.002 – Casa Santa Monica (1978) Califórnia – Frank Ghery.
Fonte: Pinterest.

Consideramos que a contemporaneidade tem sim precedentes com a modernidade, não é questão de só esquecer o passado, e o presente só é valido. O precedente é importante, também não e uma questão historicista, a história nos ensina, assim foi, é assim será, até porque é preciso entender o passado para entender o presente e o futuro.


O futuro é agora.

Mais existe sim uma ruptura, “Essas eram as aspirações dos artistas modernos. Todos os movimentos que eles criaram, independentemente de suas singularidades, estão ligados às noções de novo e ruptura... era preciso que a arte se tornasse tão inovadora e radical quanto à vida”. (Canton, 2009:18-19).

C.003 – Edifice American Telefone and Telegraph - AT&T (1982) New York – Phillip Johnson.
Fonte: L´espace du débat.

Pensamos que uma das afirmações importantes da arquitetura contemporânea está ligada e este pensamento. “Também faziam afirmações sobre a lógica tectônica superior a seus projetos, a maior honestidade na expressão da estrutura e a elevada fidelidade aos imperativos dos materiais e da tecnologia contemporâneos”. (Ghirardo, 2009:26)

Não temos duvida, primeiro que a estrutura como um todo mantem a forma da edificação, e inclusive faz parte do partido arquitetônico, segundo a materialidade do edifício hoje também faz parte do partido e do processo criativo da arquitetura contemporânea, terceiro a tecnologia está presente em todo momento do ser contemporâneo, cada dia nasce uma nova forma tecnológica que alivia e colabora com o processo construtivo e criativo.


Os brancos e os cinzentos.

Explica-se que nos Estados unidos nasce à ideia conhecida como os “brancos” que são: Peter Eisenman (1932-), Richard Meier (1934-), Charles Gwathmey (1938-2009) e Michel Graves (1934-2015), que de alguma forma seguiam as benevolências da arquitetura moderna, “... uma estética pura e polida” (Ghirardo, 2009:27). Por outro lado os “cinzentos” de Robert Venturi (1925-), Charles Moore (1925-1993) {ver imagem C.006}, Robert Sten (1939-), “... rejeitavam cada vez mais a aparência branca em favor dos estilos históricos e elementos arquitetônicos.” (Ghirardo, 2009:27), todos estes ocupavam muitas paginas das revistas dos anos 70.

C.004 – Casa do Bombeiro, Fábrica Vitra (1994) Well-am-Rhein, Alemanha – Zaha Hadid.
Fonte: Cimento Itambé.

Mais também na Europa se defendiam criações historicistas do grupo dos brancos como do arquiteto britânico Quilan Terry (1937-), do arquiteto luxemburguês Leon Krier (1943-) {ver imagem C.005}, do arquiteto e professor italiano Paolo Portoghesi (1931-), todos estes amplamente divulgados nas mídias, tanto nos sites da internet ou por médios escritos.
Mais com o passar do tempo alguns forem mudando como do caso de Michel Graves com seu famoso Edifício Portland (1980) em Oregon {ver imagem C.001}, talvez a ideia dos brancos fosse mudando com o tempo, e com possibilidade de entrar nos grupos dos cinzentos.

Pensamos que arquitetura contemporânea nada está dito, ainda estamos na procura de novas teorias, novas fontes, mais criatividade, e pouco consensual, mais sim que tenham percepção com as necessidades atuais.

Mais um dos problemas que é a velocidade e a voracidade do mercado, das pessoas faz que mudem constantemente, não vamos um achar um consenso “único”, vai ter mudanças constantes o tempo-espaço faz sentido na contemporaneidade, cria sim muito desconcerto (as teorias do Caos explicam isso) com poucas possibilidades de sucesso, mais isto já é normal, as pessoas cada vez se isolam nos seus ambientes de trabalho, nas suas moradias, nas formas de viver, é atual, é contemporâneo, mais penso que existiram novas formas de pensar, é de viver, a mudança constante nos levará a um mundo melhor, claro em numa forma positiva e mais hedonista, algo assim: “seja o que for que não deixe seu barco encalhar”. (Flocker, 2007:93).

Temos que cuidar o conceito da vanguarda, não como algo novo, mais bem como fundamento teórico que tenha prospecção vinculada com as necessidades das pessoas. Porque assim já aconteci-o com o pensamento neovanguardista.
“A maioria das propostas neovanguardistas não apresenta nenhuma relevância historicista. Se recorrem a marcos, estes sempre serão os momentos fundacionais das vanguardas do século XX. Reconhece-se apenas um universo – a estrita modernidade – e todos seus referentes são eletrônicos e artificiais”. (Montaner, 2012:117)

C.005 – La Citta Balneare, Seaside, Florida – Leon Krier.
Fonte: desconhecida.

Temos que dizer que tanto Robert Venturi e Michel Graves {ver imagem C.001} obterem o premio Rome Prize, onde se dedicarem muitos anos na pesquisa da arquitetura italiana, mais Graves ao abandonar os “brancos” ele incorpora uma situação maneirista, com efeitos clássicos da arquitetura italiana.

Também Frank Gehry (1929-) na casa de Santa Monica (EEUU) em 1978 {ver imagem C.002} com algo diferente com a escolha dos materiais, até ortodoxo, muitos teóricos a calcificam como uma arquitetura má, mais teve criticas, que consideramos que são importantes para a arquitetura contemporânea. Imaginemos que si não existe-se a crítica da arquitetura, que é fundamental, cria reflexos na nossa maneira de fazer e de pensar na arquitetura.

“Se essa distanciação, existe o perigo de, aquilo que hoje nos parece ser tendenciosa mais importante para a arquitetura, se vir a revelar apenas como um caminho falso, uma moda passageira do espirito da época”. (Tietz, 2008:100)

C.006 – Piazza D´Italia (1978), New Orleans– Charles Moore.
Fonte: Idesingnproject.

O arquiteto norte-americano Phillip Johnson (1906-2005), também apresenta uma interpretação dos “brancos” como é o edifício do American Telefone and Telegraph (AT&T – 1982) de New York {ver imagem C.003}, na qual faz uma reinterpretação do passado levado a criar as três partes aplicadas no passado: o embasamento, o corpo, e a coroação.

“Na arquitetura, isso levou a um enfoque igualmente insistente do significado: é importante que a questão não fosse analisar como se produzia o importante, mais sim investir o arquiteto da responsabilidade de criar edifícios que irradiassem significado.” (Ghirardo, 2009:32)

C.007 – Linked Hybrid (2003-2008) Pequim, China – Steven Holl.
Fonte: Sunrisemusics.


Reflexões e considerações finais.

Consideramos importante que a arquitetura tenha significado, mais que possa ser explicado nas teorias da arquitetura, mais esse significado possa estar vinculado nas realidades atuais das pessoas, das suas próprias necessidades, é-claro pensar de modo pluralista.
Pensamos que através da nossa história do urbanismo, espaços públicos, como praças, áreas livres, espaços de uso cultural tem levado a uma boa convivência das pessoas que frequentam e que se servem destes espaços, que são tão importantes para a vida saudável das cidades.

Gostaria antes de terminar nosso ensaio, em explicar nosso pensamento sobre a arquitetura e o urbanismo contemporâneo, mais ao nível de reflexão que uma explicação sobre estes dois últimos pontos, sobre a questão sobre a arquitetura hibrida, e a questão sobre os edifícios que tenham sustentabilidade.

A primeira tem relação com os edifícios híbridos, exemplo claro da obra de Steven Holl no projeto Linked Hybrid (2003-2008) em Pequim na China {ver imagem C.007}, uma ideia que vem tomando incremento e se configura como “ideal”, é que vem se aplicando nestes últimos tempos do século XXI, se analisamos em forma profunda e perspicaz.
Como exemplo concreto do que vem acontecendo com os recentes trabalhos da Prefeita de Paris refeita de Paris Anne Hidalgo, quando convoca em 2015 para o concurso de 23 espaços púbicos que são de propriedade da prefeitura parisiense, que tem como conceito “densidade, diversidade, energia e resiliência”, onde o fazer de novo ou de uma maneira diferente. Então, as propostas apresentadas tem uma comutação com as comunidades que fazem parte da vida destes edifícios. Não existe um edifício que seja isolado, para um uso especifico. Existem sim vários usos nestes edifícios, uma hibridez que está presente em todo momento. Penso que isto sim é contemporâneo.

A segunda está relacionada com a questão da “sustentabilidade”, não temos duvida que com a chegada do processo da sustentabilidade, no sentido amplo da palavra “susteniere”, os assuntos mudarem, talvez como uma maneira de proteger o ambiente, do menos consumo de energia, e das formas de viver, mais harmônica com as necessidades atuais.

Como exemplo pode citar: “... otimizando da capacidade funcional da habitação, transferindo, para um segundo momento, a avalição dos custos; especificação dos materiais de construção alinhados com os princípios da sustentabilidade, priorizando aqueles materiais com o menor impacto ambiental...” (Romero, 2009:479).

Não temos duvida que os pensamentos contemporâneos estejam ligados aos princípios da palavra “sustiniere”, pensar e atuar de forma diferente não e concedente com a realidade contemporânea, valorizar e incrementar as necessidades das pessoas que protejam e valorizem “a vida como um todo”.
Por ultimo, pensar em forma interdisciplinar, já é uma constante na vida das pessoas, temos convicção que os possíveis caminhos estejam relacionados com: a hibridez, a interatividade, a humanização, a inclusão, o empreendedorismo, é sem duvida a sustentabilidade, desta forma fazem parte da vida contemporâneas do século XXI.

Goiânia, 8 de novembro de 2016.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.


Bibliografia

CANTON, Katia; Do Moderno ao Contemporâneo, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2009.

MONTANER, Josep Maria; A modernidade superada: ensaios sobre arquitetura contemporânea, Editora Gustavo Gili, São Paulo, 2012.

TIETZ, Jürgen; Historia da arquitetura contemporânea, Editora HF. Ullmann, Tandem Verlag – GmbH, 2008.

GHIRARDO, Diane; Arquitetura contemporânea: uma história concisa, Ed. Martins Fontes, São Paulo, 2009.

ROMERO, Marta Adriana Bustos; Reabilitação Ambiental: Sustentável Arquitetônica e Urbanística, Editado FAU/UNB, Brasília, 2009.

FLOKER, Michael; Manual do hedonista: dominando a esquecida arte do prazer, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2007.


martes, 1 de noviembre de 2016

Propostas e ideias na arquitetura contemporânea na bacia amazónica no Perú – 15° Bienal de Venécia 2016.

Propostas e ideias na arquitetura contemporânea na bacia amazónica no Perú – 15° Bienal de Venécia 2016.
Jorge Villavisencio.

Com a recente publicação dos resultados da 15° Bienal de Arquitetura em Venécia 2016, vimos que forem outorgados prêmios a vários arquitetos e escritórios de arquitetura com propostas que podem fazer a diferença na pratica contemporânea de fazer arquitetura e urbanismo.

S.001 – Cidade Capital de Iquitos, Departamento de Loreto – vista do Rio Amazonas.
Fonte: Jorge Villavisencio (2014)

Não temos duvida que a bacia do Rio Amazonas tenha despertado interesse ao mundo todo, tantas vezes colocado na Agenda 21, como efeito que no dia 22 de dezembro de 1989 que convoca a Assembleia das Nações Unida – ONU, para reverter os efeitos que vem sendo instalados nessa região. De esta forma criar novas estratégias que “revertessem os efeitos da degradação ambiental”, com os esforços nacionais e internacionais para promover o desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável em todos estes países.

S.002 – Cidade de Iquitos – vista do Rio Amazonas.
Fonte: Jorge Villavisencio (2014)

Em primeiro lugar através de tantas décadas a bacia do Amazonas vem sendo degradadas, é o mal já está feito, penso que o único que nos resta é contemporizar esse espaço maltratado. Teria que passar muitas outras décadas até séculos para que se instale o que a natureza cria. Em segundo lugar a bacia amazônica está composta por Brasil, Colômbia, Venezuela e Perú, estes vínculos tem que estar mais arraigados para que se produzam novas estratégias e consensos destes países em querer fazer melhor ou de uma maneira diferente. O conceito de “sustentabilidade” se dá em todos os âmbitos sejam estes ambientais, é principalmente na esfera socioeconômica.

S.003 – Espaço ambiental típico do lugar.
Fonte: Jorge Villavisencio (2014)

Também no mês de junho de 2012 se realizo a Conferencia sobre das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento na cidade de Rio de Janeiro. O RIO+20 que na realidade é uma readequação da partitura do que foi visto na Agenda 21 que foi realizada na mesma cidade no dia 14 de junho de 1992. Sem duvida tendo transcorrido 20 anos, o momento e as realidades em termo globais são diferentes, mais considero que os temas apresentados – em termos de síntese foi uma revisão das metas propostas na Agenda 21 de 1992.

Como indicamos acima, não podemos só estar revisando partituras, protocolos e readequações do que vem acontecendo no amazonas.

Segundo a Constituição Federal do Brasil de 1988 indica claramente no seu Art. 225 – “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do solo e essencialmente sadia a qualidade de vida...” (Constituição Federal do Brasil – 1988).

S.004 – Bairro de Belém, Iquitos – temporada de baixa do Rio Amazonas. Reparem as palafitas.
Fonte: Jorge Villavisencio (2014)

Para isto na região do Amazonas na parte do ocidental, especificamente no Perú, a que é denominada a “Região da Selva”, é com a graça do Premio da Bienal de Venécia 2016, que na realidade foi o Segundo Lugar (Leão de Prata) para o escritório peruano de arquitetura Crousse & Barclay, com a proposta de fazer escolas nessa região. Tema principal deste ensaio que temos titulado de: “Propostas e ideias na arquitetura contemporânea na bacia amazónica no Perú – 15° Bienal de Venécia 2016”.

S.005 – Caras de etnia “Bora” feito de forma artesanal por Fernando Yahuarcani (origem Bora).
Fonte: Jorge Villavisencio (2014)

Consideramos importante esta citação: “... é preciso definir certos conceitos afins que são utilizados para caracterizar a arquitetura bem relacionada com o meio ambiente. Poderíamos dizer que a arquitetura bioclimática é aquela que tradicionalmente construía com materiais do local e se integrava com seu entorno imediato, inspirando-se na arquitetura vernacular”. (Montaner {1}, 2016:113).

Antes de dar inicio a nossas considerações sobre a descrição e pensamentos (reflexões) do que consideramos que é um grande tema, temos que fazer algumas considerações iniciais. Primeiro temos que tomar consciência que o problema não só radica em “proteção do meio ambiente”, temos que ter outras propostas “criativas” para que tenha sustentabilidade em todos os âmbitos.

S.006 – A técnica construtiva com materiais do lugar.
Fonte: Jorge Villavisencio (2014)

Em segundo lugar, consideramos que no contexto geral dessa região do Amazonas, pouco se tem feito para o desenvolvimento sustentável donde habitam esses seres humanos, que praticamente estão esquecidos, é que só se dedicam a proteção ineficiente do meio ambiente e das culturas e condutas desse povo esquecido mais vitorioso nas formas de viver. Terceiro o mundo todo está atento ao que acontece na bacia do amazonas, seja esta porque é um pulmão da humanidade, é pela quantidade de “agua” que tem em esta parte do continente, que como sabemos cada vez se tornará mais escassa a agua pela crescente população que tem o mundo.

S.007 – Inauguração da primeira escola.
Fonte: MINEDU. (2016)

Em quarto lugar, temos certeza que os programas educacionais na construção de escolas em todos os níveis têm levado melhoras a população em especial ao povo com dificuldades socioeconômicas para o desenvolvimento correto e sustentável em diferentes lugares, educação e cultura, pensamos que é sinônimo de desenvolvimento, a história nos ensina que países que são desenvolvidos aplicarem massivamente em “educação e cultura”, é algo irrefutável que faz parte da consciência dos povos, mais nesta parte da bacia do amazonas, parecesse que é um mundo esquecido. Além-claro do pouco interesse de politicas publicas que permitam dar continuidade a este tipo de projetos.

S.008 – Forma de construção típica com materiais do lugar.
Fonte: Jorge Villavisencio (2014)


O lugar.

Sabe-se que atinge o espaço regional e territorial no Perú, vários Departamento estão involucrados que são: Loreto, Ucayali, Junín, Madre de Dios e San Martín, é uma região muito extensa, é tem muito a fazer.

S.009 – Vista externa da escola proposta – arquitetos Crousse & Barclay.
Fonte: Bienales de Arquitectura. (2016)

“O território amazônico do Perú se define na Lei 27037 – Lei de promoção da inversão na Amazônia peruana, se indica 61,09% da superfície do território nacional (Perú), com um total de 785.201,74 km2, que pode ser comparada com superfície total do Chile com 756.096,00 km2. Segundo o Censo Nacional de Infraestrutura Educativa 2013 mais do 50% das escolas devem renovar-se ou precisam de um esforço estrutural: Além que não existe informação correta do estado das mais de 4,000 escolas... O PLAN SELVA é um sistema flexível e alternativo para atender as zonas rurais que não contam com saneamento físico legal,... se pode acelerar os processo e vencer a burocracia. E assim que contém um catálogos de módulos que podem ser feitos de acordo com os requerimentos pedagógicos é ser transladados de forma rápida. No ano 2015 o Plan Selva se inicio a implementação de um sistema em 10 instituições educativas, que no ano de 2016 possa criar a interversão de 69 escolas”. (15° Bienal de Arquitetura em Venécia – 2016).

S.010 – Vista interna da escola proposta – arquitetos Crousse & Barclay.
Fonte: Bienales de Arquitectura. (2016)


O projeto.

Através do Ministério de Educação - MINEDU do Perú, se realiza como estratégia na criação do plano de desenvolvimento chamado de “PLAN SELVA” corresponde ao Programa Nacional de Infraestrutura Educativa (PRONIED), que basicamente se trata de contribuir para a realização de construção e reabilitação de varias escolas na região.
A proposta pelo escritório de arquitetura Crousse & Barclay cujos proprietários são Jean Pierre Crousse e Sandra Barclay tem denominado de “Nuestro Frente Amazónico”, penso que é uma referencia ao lugar. O concurso da 15° Bienal de Venécia 2016, tiverem mais de 60 escritórios de arquitetura.

O projeto apresentado ao Ministério de Educação do Perú pelo escritório de arquitetura Crousse & Barclay onde indicam: “Os módulos se compõem por estruturas de aço e madeira, o que facilita seu translado nas zonas geográficas de difícil acesso. Podem ser armados segundo suas necessidades, pode-se substituir uma escola completa ou melhorar uma parte dela (salas de aula, banheiros, salas de usos múltiplos, cozinha e outros). Os pisos são em módulos elevados para proteger das precipitações das possíveis inundações. Os ambientes têm tetos altos e inclinados para dar sombra e se proteger das intensas chuvas, assim contam com uma ventilação e iluminação em forma adequada”. (MINEDU - 31/05/2016).

S.011 – Escola – arquitetos Crousse & Barclay.
Fonte: Bienales de Arquitectura. (2016)

“As obras incluem a implementação de salas de aulas, área para os docentes, midiateca, sala de usos múltiplos, pátio coberto, banhos, cozinhas melhoradas, assim como mobiliário. Também serão instalados para-raios biodigestores e sistemas de captação de agua pluvial”. (MINEDU - 31/05/2016).

S.012 – Escola – arquitetos Crousse & Barclay.
Fonte: Bienales de Arquitectura. (2016)

Penso da forma que foi dotado o programa arquitetônico, tem muita flexibilidade, é poderíamos pensar que este tipo de obra pode-se implementar em diversas partes da bacia amazônica. É mais estamos pensando que este tipologia de projeto pode tranquilamente ser feita em qualquer parte, claro que cumpram com as caraterísticas deste tipo de espaço amazônico.

“Técnicas e materiais mais avançados, se bem empregados, podem contribuir para tornar a arquitetura mais sustentável”. (Montaner {2}, 2012:163).

Sem duvidas as técnicas construtivas têm colaborado para que a arquitetura se torne mais ágil e dinâmica nas formas de concepção de sua materialidade. Além-claro que este tipo de sistema construtivo de tipologia modular se adapta bem as dificuldades do lugar. Não é fácil chegar a estes lugares pela falta de comunicação do transporte terrestre, também as vias fluviais são de temporada, a mão de obra especializada é escassa ou não tem, assim como a disponibilidade dos materiais que são empregados, a madeira usada tem que ser certificada para que não haja desmatamento. Mais penso que levar educação e cultura a esses espaços quase esquecidos, sem duvida vale a pena a tentativa.


Considerações Finais.

“Agenda 21 – Indicadores: Como exemplos de indicadores de Sustentabilidade poderiam aprontar, em primeiro lugar, por sua expressão, os Indicadores da Agenda 21: um documento consensual, para a qual contribuíam governos e instituições da sociedade civil de 179 países, e que se traduz em ações e conceito de desenvolvimento sustentável”. (Romero; Satteler; 2009:295)

Como bem indica Satteler o documento é consensual, algo já discutido, que tem uma firme decisão dos países que o conformam. Mais o efeito da sustentabilidade se dá em todas as esferas socioeconômicas, é claro, como este tipo de projeto como dos arquitetos Crousse & Barclay levam toda este conceito para estes lugares que fazem parte da bacia amazônica.

S.013 – Bairro de Belém, Iquitos/Perú – temporada de baixa do Rio Amazonas.
Fonte: Jorge Villavisencio (2014)

Para terminar, pensamos que temos demorado muito, em tomar “ações” e não decisões, porque já forem tomadas tanto na ONU, Agenda 21, Rio+20, em fim. O que precisamos é de agir em forma mais rápida, para que estes lugares, espaços esquecidos tenham o mínimo necessário para uma qualidade de vida que seja mais “digna” com as necessidades do povo amazônico. Projetos que levam em forma esmerada cultura, educação e sustentabilidade a arquitetura pode colaborar, é muito, em estar mais presente de forma correta com espacialidade com contemporaneidade, das necessidades que sociedade como um todo solicita.

Goiânia, 1 de novembro de 2016.

Arq. MSc. Jorge Villavisencio.



Bibliografia:

MONTANER, Josep Maria; A condição contemporânea da arquitetura, Editora Gustavo Gili, São Paulo, 2016. {1}

MONTANER, Josep Maria; A modernidade superada: ensaios sobre arquitetura contemporânea, Editora Gustavo Gili, São Paulo, 2012. {2}

ROMERO, Marta Adriana Bustos; Reabilitação Ambiental: Sustentável Arquitetônica e Urbanística, Editado FAU/UNB, Brasília, 2009. – {Miguel Aloysio Satteler, Ph.D - Capitulo 8 pp. 458-517}

Assembleia Geral das Nações Unidas – ONU (1989).

Conferencia das Nações sobre Médio Ambiente e Desenvolvimento, Agenda 21 (1992).

RIO+20 (2012).

Constituição Federal do Brasil – 1988.

15° Bienal de Arquitetura em Venécia (2016):
http://bienalesdearquitectura.es/index.php/es/propuestas-por-paises/6309-peru-plan-selva

El País (17/10/2016):
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/17/cultura/1476663835_416321.html?id_externo_rsoc=Fb_BR_CM

Ministerio de Educación – MINEDU/Perú: (2015-2016):
http://www.minedu.gob.pe/n/noticia.php?id=38342
http://www.minedu.gob.pe/n/noticia.php?id=38974